101 Poemas
Se o dedo cair no centésimo, diz pra ele que ainda falta um.
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Dia da Saudade
Minha tristeza
Já disse a ela
E mesmo assim
Ela não veio
Minha prece não serviu
Minha dor ela não viu
E a mim restou sofrer
Não há paz sem ela
Não há forma bela
Há um ar triste e melancólico
Um queimar bucólico
Que não sai de mim, não sai
Os peixes se multiplicaram
Na falta dos tais abraços
Apertados, colados, calados
Que ainda estão no aguardo
Do cantado sem fim
Dar um basta na saudade
Cantar a tal idade
Em que ela não existiria
A saudade ainda chega
Deixa dor por onde passa
Estraçalha o amor em brasa
E não sai de mim, não sai
Anderson Shon
Criolo Doido
A flor de lótus vem do pantano
Para o nosso espanto
Por pensar que o amor só brota
Onde tem que brotar
E se eu te disser que de um bairro pobre
Um homem de aura nobre
Veio nos ensinar sobre o bem
A poesia, o coração bom
Sobre o que é nascer com o dom
De tocar aqueles que o tem
Em uma noite, quem diria
O homem que sabe o valor do Chocolate Suíço
Mas reafirma que o Cacau vem da Bahia
O reconhecedor dos Artistas de carne e osso
O freguês, o X, o Grajaú, o Doido
O negro, o Muambeiro, o Vasilhame, o Criolo
Obrigado pela poesia, pela reflexão
Pela certeza que bobo mesmo
É quem se acha esperto
Estamos juntos Criolo
Pois hoje você me fez ver
Que tudo já deu certo
Já deu certo.
Para o nosso espanto
Por pensar que o amor só brota
Onde tem que brotar
E se eu te disser que de um bairro pobre
Um homem de aura nobre
Veio nos ensinar sobre o bem
A poesia, o coração bom
Sobre o que é nascer com o dom
De tocar aqueles que o tem
Em uma noite, quem diria
O homem que sabe o valor do Chocolate Suíço
Mas reafirma que o Cacau vem da Bahia
O reconhecedor dos Artistas de carne e osso
O freguês, o X, o Grajaú, o Doido
O negro, o Muambeiro, o Vasilhame, o Criolo
Obrigado pela poesia, pela reflexão
Pela certeza que bobo mesmo
É quem se acha esperto
Estamos juntos Criolo
Pois hoje você me fez ver
Que tudo já deu certo
Já deu certo.
Sotão do Inferno
O
morno é o muro
Que
não dá a cara
E
nem desvia do murro
E
não sabe em quem votar
Não
na falsa democracia
Mas
na democracia falsa
Que
nos orgulhamos em brindar
Sem
saber muito bem diferenciar
O
julgamento da analise
A
omissão e a simpatia
A
alienação e a alegria
Se
não podemos falar
Ao
menos escutemos melhor
Já
me contava minha vó
Que
a falta de um sentido
Instiga
algum outro
Mas
estamos todos sem sentidos
Dando
passos retos
Em
um caminho torto
Dá
para ser descente
Em
uma época indecente, Harvey?
Eu
já parei de tentar
Parei
também de escutar
Pois,
melhor do que ser o rei de um orelha
É
ficar de longe pra ver a centelha
Reflexão de mente
Se toda ciência exata
Fosse exata
Não seria ciência
E não seria estudada
Para que fosse comprovada
A sua exatidão falsa
Se toda valsa
Fosse valsa da morte
Não teríamos a sorte
De viver mais um pouco
Meio médico
Meio louco
Louco médico
Médico louco
Se toda loira burra
Só é burra porque alguém falou
Mas inteligente e esperto
Se o tal julgador
Que na mentira acreditou
Em toda casa há uma sala
Em toda sala um quadro
E nele está aprisionado o belo
Pois o que eu quero
Eu tranco
Para por em exposição
Talvez isso explique
As dadas mãos do casal que briga
Mas não se curvam
Ao temor da descrição
Que leva ao caminho da negação
Se todo homem tem uma amada
O primeiro beijo, a primeira gozada
Que faz o coração raciocinar
Perdendo a razão
E na frente do imaginário altar
O faz dizer sim
Quando o certo é o não
Se toda bebida embebeda
É porque a sociedade é chata
E confundi o evoluir com o crescer
Mas quando a sanidade bate à porta
Pode ser tarde para querer descer
Se todo texto são palavras
Embaralhe e crie a mágica
Que é vomitar no escrever
Só para tentar expulsar um problema
Que está à venda
Mas não encontra uma loja que ouse vender
Fosse exata
Não seria ciência
E não seria estudada
Para que fosse comprovada
A sua exatidão falsa
Se toda valsa
Fosse valsa da morte
Não teríamos a sorte
De viver mais um pouco
Meio médico
Meio louco
Louco médico
Médico louco
Se toda loira burra
Só é burra porque alguém falou
Mas inteligente e esperto
Se o tal julgador
Que na mentira acreditou
Em toda casa há uma sala
Em toda sala um quadro
E nele está aprisionado o belo
Pois o que eu quero
Eu tranco
Para por em exposição
Talvez isso explique
As dadas mãos do casal que briga
Mas não se curvam
Ao temor da descrição
Que leva ao caminho da negação
Se todo homem tem uma amada
O primeiro beijo, a primeira gozada
Que faz o coração raciocinar
Perdendo a razão
E na frente do imaginário altar
O faz dizer sim
Quando o certo é o não
Se toda bebida embebeda
É porque a sociedade é chata
E confundi o evoluir com o crescer
Mas quando a sanidade bate à porta
Pode ser tarde para querer descer
Se todo texto são palavras
Embaralhe e crie a mágica
Que é vomitar no escrever
Só para tentar expulsar um problema
Que está à venda
Mas não encontra uma loja que ouse vender
Carne Osso
Se sou de carne e osso
Então meu pescoço sangra
Se eu cortar?
Se sou de carne e osso
E mais osso do carne
Tenho mais partes para quebrar
Se sou de carne e osso
Vou errar, desmoronar
E morrer como qualquer louco
Se sou de carne e osso
Posso beber e cair
Mas prefiro ficar de pé
Se só fosse de carne e osso
Minha palavras seriam duras
Meus sentimentos massios
Mas como estou longe do vazio
Me cobro bastante
Para provocar em você um
arrepio
Que é proveniente da minha
carne
Do meu osso
Do meu cérebro, coração,
sistema nervoso
Que se mantém calmo com tudo
isso
Mesmo não sendo amigo, nem
inimigo
Sendo ativo, sempre ativo.
Gente
Quando
não somos intelígiveis
É
porque não somos inteligentes
É
mais ou menos como
Não
entender a piada
E
mesmo assim mostrar os dentes
Quando
não somos intelígiveis
É
porque nos recusamos a pensar
Debatemos
besteiróis enlatados
Rimos
da Luiza e do Canadá
Se
não somos inteligentes
É
porque gritamos e não temos voz
Somos
como o idiota inglês
“Se
é idiota é bem menos que nós”
Quando
não somos intelígiveis
Somos
banguelas num país de banguelas
Pulamos
da ponte com a Maria
Vivemos
à noite
Dormimos
o dia
Se
não somos inteligentes
Não
podemos apontar o dedo
Quando
não somos intelígiveis
A
pró retira o recreio
Quando
não somos intelígiveis
É
porque não somos inteligentes
Não
somos inteligente
Não
somos “teligente”
Não
somos gente
Para Onde os Homens Correm
Se
cada passo fora do chão
Me
levasse a cada objetivo
Eu
não estaria vivo
Os
homens correm atrás
Do
impossível
Antes
do mesmo ser nomeado
Correm
em busca da vida perdida
Ou
do raro gosto da sáliva
Correm
na frente do mal ou bem
A
depender do porém
Que
se instale entre
As
dores do não
E
o abraço que vem
Os
passos largos indicam a distância
Os
curtos a chegada
Vários
homens correm pela estrada
Atrás
do tudo
Ou
do nada
Os
homens correm pra chegar
Sem
nem saber qual é o lugar
Mas
quase sempre está abaixo do nariz
Homens
e mulheres correm
Para
ser feliz
Independente
da matriz
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